domingo, 13 de setembro de 2009

3051-5738

Ela se atirou na cama com as pernas abertas. Parecia até um tesouro, uma outra vida, uma vida-vida. Aquele hálito venenoso de primavera no ar. A fresta da janela anunciava mais uma noite lilás com umas goladas de whisky dezoito anos pairando sobre cabeças de espantalho. Láudano. Você, precisamente você. Toda a maldita corrente da vida através de você, através dele e dela, através de todos os homens e mulheres antes e depois de você, as flores, os pássaros, a fragrância disso. Aniquilando. Sufocando. Libidinando, conquistando. Me afastando.
Você não soube me foder. Você me dizendo com aquelas suas adenóides estranguladas:" Bem, agora vou dizer-lhe uma coisa...há duas maneiras de encarar isso." Foda-se. Foda-se o seu universo pluralístico e sua acústica de ratos voadores. Foda-se o cheiro de homem que você deixou nas minhas entranhas e a casa de veraneio que você arrancou dos meus olhos.

***

Coragem. E uma positividade incrível. Porque eu sou uma otimista incurável. Eu digo, caro maluco que está lendo, eu sou uma otimista incurável e uma pessimista de finais de semana.

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