terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"Adolf Hitler sorri no inferno"

"Morreu de bruços no salmo 23,
sem padre, sem repórter
sem arma, sem socorro
[...]
Era a brecha que o sistema queria
Avise o IML, chegou o grande dia."

Nosso adeus, irmão. Caixão lacrado. Vinte gramas de pólvora na cabeça. E muitos sonhos na mente. Milhares deles. Sonhos de guerreiro, de alguém que sempre protegeu tudo que amava. Me incluo nessa proteção. Você faz parte da minha vida, e seja lá o que for vida, OBRIGADA! Seu coração foi baleado mas os seus ideais permanecem vivos em cada criatura que cruzou seu caminho. Os seus sentimentos permanecem intactos dentro de nós. Sempre vou me lembrar daquele dia que você escreveu uma parte da música do Racionais no meu braço, como se fosse uma tatuagem, pra que eu nunca mais esquecesse:

'Na muralha, em pé, mais um cidadão José
Servindo o Estado, um PM bom
Passa fome, metido a Charles Bronson'

Hoje eu entendo o porque de tudo isso. Você sempre soube que nós faríamos a diferença. Porque nós lutamos muito por isso, fizemos o que pudemos sempre. Sinto saudade das tardes ensolaradas no CCSP (compondo e sorrindo como dizia você). Sinto saudade de saber que eu tinha um irmão, que mesmo sendo completamente estranho e feio, era a minha melhor companhia de ARTE. Arte-arte e aprontador de arte também!

Tenho certeza que aí no paraíso onde você se encontra (ou seja: um lugar com muita orgia, whisky e rap) é muito melhor que essa merda de mundo. Você sabe que justiça não se faz com as próprias mãos e sim com os próprios pensamentos. Quantas vezes nós discutimos a terrível impunidade, né? Concordamos no aspecto que ela move ilusões. E não importa a quantidade de sangue que jorre. Nem as almas que subam. "O que importa é ter historinha pra contar, Nat! Somos escritores da vida."

Irmão, você escreveu a sua história. Mas o ponto final foi escrito por eles. Justo?
Ponto.

"E lembre-se que apesar de o amor ser estranho
Agora e sempre nosso amor permanecerá"

Jah bless you, guerreiro!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O louco mundo das letras

Ser escritor (a) não é fácil. Quando se tem a responsabilidade de escrever certo por linhas certas, as coisas ficam diferentes. Sempre me deparo com uns blogs non sense por aí e fico pensando se aquilo é realmente (a viva e formosa) Literatura. Vejo muito nêgo que se denomina "escritor" sem saber que escritor MESMO são aqueles que enxergam entrelinhas em histórias. Conseguem juntar aqui e ali, coisa com coisa, fatos e submundos. Escritores são aqueles que transformam histórias. Como um dia um escritor transformou a minha. E como eu espero ter transformado a de algumas pessoas que, sinceramente, começaram a escrever muito melhor depois que leram meus textos. Começaram a pensar melhor, a poetizar melhor. A prosear melhor. Nada como uma dose de palavras pra melhorar a vida, né?

***

Black Drawing

"Fotofobia
Enclaustro
Tudo misturado sem
eira nem
beira
ilusões carregadas em
caixas de madeira
Sonhos,
Líquidos e
Redenção.
Essa é a minha missão?"

Eu por Eu (Graças a Deus não preciso copiar de ninguém!)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"I will stare the sun down
until my eyes go blind
hey, I won't change direction
and won't change my mind

How much difference does it make?"

Indifference - Pearl Jam

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Espelho Falso


O universo e sua incrível capacidade de escandalizar. Sentimentos que hoje são vividos carnalmente. Frases demolidoras. Altas e estridentes batidas de martelo. Essa falta de sentido do mundo me irrita - Tudo ou nada - vidas e sonhos apostados em míseros momentos de lucidez. "Cada maluco é um exército". A falta de esperança em coisas pequenas. A miséria em si, todo o contexto de miséria.
Certas palavras são como sopros que derrubam árvores. Raízes apodrecidas, perdidas no solo. Certas pessoas são assim também, esquecem porquê (Porque, Por que?) existem. A tragédia do nosso mundo é exatamente nossa falta de "porquês".


"(...) Na anestesia produzida pelo autoconhecimento, a vida está passando, a Arte está passando, fugindo de nós: estamos vogando com o tempo e nossa luta é contra sombras. Precisamos de uma transfusão de sangue."


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Histórias, nossas histórias

Não se sinta um peixe fora d'água. Tanta gente espalhada pelo mundo, certamente você encontrará alguém que sinta algo da mesma forma que você. Mas também não se sinta o peixe d'água. Nem seja somente mais um peixe na água. Seja o peixe que quiser. Colorido, sem cor. Mais rápido ou lento. Seja o que quiser ser! Sonhos que podemos ter...



- dias de luta, dias de glória.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

domingo, 13 de setembro de 2009

Paris 75016

Domingo. Nada melhor do que não fazer nada. Uma data especial pra mim. Algo que envolva o número treze é diretamente ligado ao meu destino. Nascimento de pessoas queridas, números de quartos por aí, em filas, documentos. Deve ser alguma coisa bucólica new underground. Não saquei qual o glamour de envolver um número (que já é místico demais) na linha do horizonte dos outros.

Pô, perdi o fio de meada. Deixa pra lá.

3051-5738

Ela se atirou na cama com as pernas abertas. Parecia até um tesouro, uma outra vida, uma vida-vida. Aquele hálito venenoso de primavera no ar. A fresta da janela anunciava mais uma noite lilás com umas goladas de whisky dezoito anos pairando sobre cabeças de espantalho. Láudano. Você, precisamente você. Toda a maldita corrente da vida através de você, através dele e dela, através de todos os homens e mulheres antes e depois de você, as flores, os pássaros, a fragrância disso. Aniquilando. Sufocando. Libidinando, conquistando. Me afastando.
Você não soube me foder. Você me dizendo com aquelas suas adenóides estranguladas:" Bem, agora vou dizer-lhe uma coisa...há duas maneiras de encarar isso." Foda-se. Foda-se o seu universo pluralístico e sua acústica de ratos voadores. Foda-se o cheiro de homem que você deixou nas minhas entranhas e a casa de veraneio que você arrancou dos meus olhos.

***

Coragem. E uma positividade incrível. Porque eu sou uma otimista incurável. Eu digo, caro maluco que está lendo, eu sou uma otimista incurável e uma pessimista de finais de semana.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

FYA BURNING


Queima, Babilônia! Os fantasmas do teu império não me assustam mais. Foi-se o tempo em que suas regras me entorpeciam. Agora as suas prisões de areia não me detêm, seus vilões sombrios não escurecem meu céu abençoado. Seus soldados saídos direto da lobotomia pras ruas não mais me escravizam, não me botam medo. As coisas mudam. E você, Babilônia...?

"Perdoai-nos Pai por nos julgarmos tão certos
E se falando por mim, Meu Rei se me permite confesso

O que passei e o que sofri, que remei contra a maré
Foi duro de resistir, mas não abalou minha fé."

Que Jah nos proteja!

P O U C A S

Abandonei o Poesia Metamorfoseada em Cifrão por motivos de anti-profissionalismo (óbvio). Vou exportar os antigos textos de lá pra cá, só pra não dizer que esqueci a época das flores.

Novos textos virão porque novas idéias vieram
Só aguentem mais um pouquinho!

*Amanhã vai rolar o Jamaican Backyard 2
Só as pedras do Ska, Rocksteady e Early Reggae.
Estarei lá ;]